A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Japão e ao Vietnã, realizada no fim de março, mobilizou uma das maiores comitivas de seu terceiro mandato e gerou um gasto mínimo de R$ 4,5 milhões aos cofres públicos. Segundo apuração do Estadão, a delegação contou com pelo menos 220 pessoas, incluindo o presidente, a primeira-dama Rosângela “Janja” da Silva, e representantes de diferentes órgãos do governo e do Congresso.
Mais de um mês após o retorno ao Brasil, o valor total da despesa ainda não foi oficialmente divulgado e os dados completos não constam no Painel de Viagens do Ministério do Planejamento e nem no Portal da Transparência. A Gazeta do Povo pediu explicações à Secretaria de Comunicação Social (Secom) ainda no final de semana e aguarda retorno.
Ao Estadão, a Secom não informou quanto custou a viagem e nem o número total de integrantes. Disse apenas que a lista oficial de autoridades está publicada no Diário Oficial da União (DOU), mas que os nomes das comitivas técnicas e de apoio são “classificados no grau de sigilo reservado”, o que permite manter a informação sob sigilo por até cinco anos.
Segundo a apuração, a partir de múltiplas fontes como o próprio DOU, o Painel de Viagens e ordens bancárias consultadas através da plataforma Siga Brasil, do Senado Federal, 11 integrantes pertenciam ao Congresso Nacional e 72 de órgãos ligados diretamente à Presidência da República, como o Gabinete Pessoal, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), a Secretaria de Comunicação (Secom) e a Casa Civil.
A Secom informou, ainda, que as despesas de hospedagem de autoridades são cobertas por dotações do Ministério das Relações Exteriores, conforme determina o Decreto nº 940/1993.
“Vale lembrar que conforme determina o Decreto nº 940/93, as despesas de hospedagem das autoridades integrantes das comitivas oficiais do presidente (...) são custeadas pela dotação orçamentária do Itamaraty”, declarou a Secom ao Estadão.
A apuração aponta que, até agora, a viagem de Lula à Ásia em março teve a maior comitiva já identificada em viagens internacionais durante o atual mandato. Em comparação, na Assembleia-Geral da ONU em setembro de 2023, o presidente levou cerca de 100 pessoas a Nova York.
Fonte: Gazeta do Povo
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